A Cirurgia Robótica é uma realidade no Brasil e, cada vez mais, está disponível no interior de São Paulo. Com o intuito de trazer um pouco de sua experiência, o Dr. Gustavo Dias Silva, especialista em cirurgias minimamente invasivas do IUP, conversa um pouco sobre o assunto.

Cirurgias Minimamente Invasivas – A quebra do paradigma
Em um passado não muito distante, existia um dito popular entre os cirurgiões que dizia: “Grandes cirurgiões, grandes incisões”. Entretanto, estas incisões, habitualmente causavam mais danos teciduais que o procedimento propriamente dito.

Assim, na tentativa de minimizar o prejuízo causado pelo acesso cirúrgico, nasceu a cirurgia minimamente invasiva. Nela, os pacientes são operados por pequenas incisões ou por orifícios naturais, sem, contudo, perder a qualidade da cirurgia ou comprometer do resultado do tratamento.

Com efeito, os primeiros procedimentos laparoscópicos datam do início do século XX. Primordialmente, utilizados apenas como métodos diagnósticos e em casos restritos. Em seguida, com a evolução das técnicas e melhora dos equipamentos laparoscópicos, as cirurgias minimamente invasivas ocuparam um lugar em destaque na prática clínica. Por fim, o antigo dito popular dos cirurgiões, cai por terra.
A Cirurgia Robótica
No final da década de 1980, pesquisas financiadas pelo exército americano, levaram ao desenvolvimento de um protótipo de sistema cirúrgico robótico, a fim de permitir que cirurgiões operassem remotamente soldados feridos em campo de batalha. A saber, em 1999, a empresa Intuitive Surgical, com sede na Califórnia, lança a versão final do protótipo apelidada de Da Vinci.

Aprovado para uso comercial pelo FDA em 2000, o Da Vinci é a única plataforma robótica disponível no mercado. Todavia algumas grandes empresas de equipamentos médicos estão em fase final de testes e aguardando a aprovação do FDA para o lançamento de plataformas similares.

O sistema Da Vinci foi projetado para melhorar a laparoscopia convencional, visto que nela, o cirurgião opera em pé, usa instrumentos manuais de cabo longo e sem articulação.

No sistema Da Vinci, em contraste, o cirurgião senta-se confortavelmente em um console ao lado do paciente e comanda remotamente os quatro braços do Da Vinci. Em suma, três destes braços controlam os instrumentos cirúrgicos como pinças, tesouras e bisturis e o quarto controla a câmera de alta resolução, tridimensional e com um zoom de até quinze vezes.

A princípio, o robô pode ser utilizado em praticamente todos os procedimentos com indicação laparoscópica. As especialidades que mais utilizam o Da Vinci são: urologia, ginecologia, cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia gastrointestinal e cirurgia torácica. Entretanto as demais especialidades estão incorporando esta nova tecnologia. Na urologia, utilizamos, principalmente, para cirurgias complexas como a Prostatectomia Radical – a cirurgia de retirada da próstata para o tratamento do câncer.

Vantagens da Cirurgia Robótica
As vantagens da cirurgia robótica para o cirurgião e paciente são:
- visão tridimensional em alta resolução com imagem estável, já que a câmera é mantida e movida por um braço articulado e não por um cirurgião auxiliar;
- aumento da imagem com zoom de até 15 vezes, e por conseguinte, com melhora na precisão de diferenciação dos tecidos;
- liberdade de movimentos, pois os instrumentos cirúrgicos tem mais mobilidade que o punho humano;
- cortes menores que a cirurgias abertas;
- menor sangramento e, portanto, menor chance de transfusões sanguíneas;
- menos dor no pós-operatório;
- menor risco de infecção;
- menos tempo de hospitalização;
- menor tempo com sonda vesical, no caso de Prostatectomia Radical;
- retorno mais rápido às atividades cotidianas.

Contra-indicações
As contra-indicações das cirurgias robóticas são, e princípio, as mesmas da cirurgia convencional. Portanto, se o paciente tem indicação de se submeter a um procedimento aberto/convencional também tem indicação para o uso do robô. Antes de mais nada, o robô é uma ferramenta para auxiliar o tratamento. A grande restrição ao uso do robô é, inegavelmente, o seu elevado custo.
Cirurgia Robótica – Presente e Futuro
Enfim, a cirurgia robótica já é uma realidade. Existem quase 5.000 plataformas instaladas divididas em 66 países em todo o mundo, a maioria nos Estados Unidos. Lá, a saber, 98% das cirurgias para o câncer de próstata são realizadas usando o Da Vinci. Hoje ao redor de 43 mil cirurgiões estão treinados para utilizar a plataforma, e, só para ilustrar, mais de cinco milhões de pessoas já foram operadas utilizando o robô desde 2000. A cada 30 segundos, em algum lugar do mundo, um cirurgião inicia um procedimento usando o Da Vinci.
Conquanto há evolução das novas tecnologias, inteligência artificial, nanotecnologias, desenvolvimento de materiais mais flexíveis/resistentes, não sabemos o que o futuro nos reserva. Talvez um dia não existam mais cirurgias, na concepção da palavra que hoje conhecemos. Entretanto, enquanto existirem, elas serão cada vez menos invasivas. Por mais que sonhemos, nunca poderemos imaginar os limites da mente humana.
IUP e Cirurgia Robótica
No IUP, sem dúvida, queremos proporcionar o melhor tratamento aos pacientes. Assim sendo, realizamos Cirurgias Robóticas em Hospitais de primeira linha no Brasil: Hospital Nove de Julho, Hospital Sirio-Libanês e Hospital Israelita Albert Einstein. Portanto, você receberá tratamento com tecnologia de ponta, em instituições de referência na saúde e com a equipe que você conhece e confia.
1 comentário
Felipe Cesar Annibal · 18 de outubro de 2019 às 06:58
A tecnologia inovadora cada vez mais presente em nosso cotidiano trazendo qualidade e precisão. Muito satisfeito por ser paciente / Cliente do IUP.